quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Vinho persistente? É bom ou mau?

Ouvimos muitas vezes no vocabulário enófilo, a expressão “este vinho é persistente” mas será que entendemos realmente o seu significado? Na famosa análise sensorial, a avaliação da persistencia destaca-se como a última fase da avaliação. Também conhecida como “fim de boca”, é a última cartada do vinho que pode mudar a nossa opinião sobre o mesmo.   
Afinal o que é a persistência?
Estamos a falar nada mais, nada menos que a duração dos aromas e sabores de um vinho na boca após a sua ingestão. Geralmente classificada por segundos, assume-se que a pesistência é intensa quando sentimos os aromas por mais de 10 segundos. Se os aromas desaparecerem antes de 4 segundos, assume-se que o vinho tem uma fraca persistência. Na maioria dos casos, os vinhos encorpados tendem a ter uma persistencia mais longa que os vinhos de corpo leve.
A persistência é sempre boa?
Nem sempre! Depende essencialmente do tipo de sabores que ficam. Há vinhos que a persistencia é doce (sentida na ponta da língua acompanhada de uma sensação de maciez como por exemplo nos vinhos licorosos), ácida (comum em alguns vinhos brancos que estimulam a produção de saliva) e amarga (em alguns vinhos tintos com taninos ainda fortes que tornam a experiência pouco agradável).

A persistência pode assim muitas vezes ser adstrigente ou amarga como pode ser uma experiência fantástica. Saborear um vinho vai muito além do momento em que o bebemos, aquilo que ele nos deixa também faz parte. Assim, um vinho será bom se a persistência for intensa e prazerosa. Para avaliar este ponto, antes de digerir o vinho, sugerimos que saboreie um pouco na boca. 

Partilhem connosco as vossas experiências!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Arinto, a vivacidade dos lotes!

Presente na maioria das regiões vinícolas portuguesas, o arinto é a casta branca amplamente espalhada pelo país. Apesar da sua forte presença nacional, acredita-se que é nas regiões oeste de Portugal como a região dos vinhos verdes, Lisboa e Bairrada que está a sua origem. Também conhecida como a Pedernã na região dos vinhos verdes, ocupa um titulo de casta rainha na DOC Bucelas da região de Lisboa.
Roda dos aromas do Arinto
O que podemos esperar dos vinhos?
O arinto tem o dom de tornar os vinhos frescos e vibrantes graças à sua acidez atrevida! É assim utilizada em diversos lotes como a casta que traz vida ao nectar. Regiões como o Alentejo e o Tejo, abraçaram o Arinto para equilibrar os seus vinhos frutados com falta de acidez. Encontramos muitas vezes casada com Fernão Pires, Antão Vaz e Chardonnay. Dada à sua personalidade tem sido incorporada em vinhos tranquilos e espumantes e tem mostrado um elevado potencial de guarda.
Em termos aromáticos, encontramos uma casta mais reservada com algumas notas florais, de lima, limão e maçã. Marcada por uma cor citrina, à medida que envelhece tem mostrado desenvolvimento de novos aromas com destaque para os frutos tropicais e o mel.
Hoje encontramos uma panóplia de vinhos com Arinto, um pouco por todo o país. Excelente opção para acompanhar peixes e mariscos, em conjunto com outras castas mais frutadas, encontramos vinhos equilibrados, frescos e marcantes.

E vocês? Já experimentaram?

sábado, 26 de agosto de 2017

Verão quente, tinto quente!

Estamos no verão, a estação do sol, das praias, dos Sunsets e do calor! As tão ansiadas férias batem à porta e naturalmente tendemos a saborear uma refeição fora. Vamos a um restaurante com vontade de ter uma experiência gastronómica agradável. Como qualquer enófilo, analisamos a tão desejada carta de vinhos para escolher o néctar da refeição. Talvez um momento a dois, talvez um momento em família, um momento que promete ser prazeroso. 

Até que...
Escolhemos um tinto e este vem à temperatura ambiente, ou seja, a mais de 20ºC.(alerta desastre!).💣Primeiro momento de prova sentimos todo o álcool a apoderar-se das gandulas salivares que nem sequer conseguimos identificar aromas e destrói até o melhor vinho. Surge então a única solução: pedir uma manga para a garrafa. 


A história repete-se todos os verões, ano após ano e restaurante após restaurante (acredito que haja exceções). Com o vinho português a crescer em qualidade, seria agradável que finalmente a indústria da restauração acompanhasse e tivesse mais cuidado com o vinho. 

Fica a dica e enquanto as coisas não mudarem na cultura dos restaurantes, teremos que optar por vinho branco ou então pedir uma manga para salvar o tinto!

Saúde!