sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Espumante ou champagne?

Os espumantes são uma peça fundamental para o ano novo. No entanto, apesar do seu imenso sucesso, frequentemente ouço pessoas a confundirem espumante com champagne. Na verdade estamos a falar de conceitos diferentes mal-compreendidos pelo público em geral. Todos os champagnes são espumantes mas nem todos os espumantes são champagnes.

Espumantes são vinhos que sofrem duas fermentações. A primeira é a fermentação alcoólica, comum em todos os vinhos em que o açúcar da uva se transforma em álcool. A segunda fermentação trata-se da fase em que o vinho ganha efervescência tonando-se assim num espumante. Existem vários métodos para a esta segunda fermentação, mas em geral pode ser realizada em cubas de inox ou em garrafa.


Champagne é um vinho espumante geralmente rosé ou branco, produzido na região de Champagne na França, feito através das uvas tintas Pinot Noir, Pinot Meunier ou da uva branca Chardonnay. A segunda fermentação é feita em garrafa sendo conhecido em Portugal como o método champanhês. Existem, assim, procedimentos rigorosos e uma região delimitada para a produção destes vinhos. Todos os espumantes produzidos fora desta região ou produzidos por métodos distintos não poderão ter esta classificação!

Portanto, o espumante só será champagne se tiver certificação para tal (verificar rótulo). Existem outros tipos de espumante como o espanhol Cava e o italiano Prosecco. Em Portugal, podemos encontrar bons espumantes das regiões da Bairrada, Tavora-Varosa e até os espumantes alvarinho da região dos vinhos verdes.

Vamos partilhar a informação para esclarecer a dúvida de vez!


Um brinde!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Tendências do vinho para 2018!

O ano 2018 está a bater à porta. Surgem as expectativas, os desejos e os planos. No mundo dos vinhos também já se especula sobre o que o novo ano nos irá trazer. Para os nossos queridos enófilos, elaboramos uma lista das previsões mais consensuais no mundo vinícola para 2018.

O que podemos esperar?

- O Rosé chegou para ganhar. Não é uma novidade, o vinho rosado tem crescido exponencialmente nos últimos anos e irá crescer graças à sua qualidade cada vez mais notória. Irão surgir, provavelmente, mais rosés premium.

- Os vinhos de sobremesa em evidência. Outrora, menos valorizados por serem doces, cada vez encontramos mais vinhos de sobremesa em destaque nos concursos internacionais e o seu ranking nunca foi tão elevado.

- Espumantes sem açúcar. Foi evidenciado um aumento significativo do consumo de espumantes “Brut Nature”. A tendência é crescente.

- Prosecco, Cava e “Crémant” a ganhar terreno. O prosecco continua a dominar o mercado dos espumantes fora da França.  O “Champagne” perde mercado para espumantes de outros países graças à vontade dos consumidores de experimentar novos estilos.

- O vinho português na mira. Com cada vez mais prémios internacionais e com castas únicas e distintas, os vinhos portugueses estão a crescer no mercado internacional. As vinícolas têm apostado no marketing e na qualidade dos vinhos mundialmente reconhecida.

- Austrália a crescer. Com um aumento global do consumo de 11% em 2016, a tendência continua. O chardonnay, Pinot Noir e os vinhos da Tasmânia estão ao rubro.

- Sauvignon Blanc voltou. No meio da loucura do Chardonnay, Sauvignon Blanc está conquistar prémios graças à sua acidez e aos seus aromas tropicais. A continuar a tendência, esperam-se grandes vinhos desta casta em 2018.

- Tannat uruguaio a conquistar o consumidor. A crescer nos rankings dos consumidores, o Tannat cria vinhos tintos concentrados e ricos, rosés, espumantes que não deixam ninguém indiferente. Apesar de francesa a casta, é no Uruguai que ganha visibilidade. 

Estas são algumas das tendências previstas. No entanto, mal podemos esperar para ver o que 2018 nos irá trazer.


Partilhe connosco as suas previsões. Um brinde!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Que vinho escolher para acompanhar o polvo?

O Natal está quase a chegar e no meio de tantos preparativos, não pode faltar o vinho na mesa. Embora o bacalhau seja o rei do natal, o polvo ocupa também um espaço na mesa dos portugueses principalmente nas regiões do norte do país.
 O polvo pode ser cozinhado de diversas formas, no entanto no natal, na maioria das consoadas, é servido cozido com molho verde.

A questão que se coloca é que vinho devo escolher para acompanhar um prato de polvo?

Uma vez que o seu sabor é ligeiramente neutro, este alimento pode ser acompanhado por tintos ou brancos dependendo das preferências pessoais (semelhante ao bacalhau). Na minha pesquisa por opiniões de especialistas, encontrei diversas concepções e todas contraditórias. Concluí que a forma como é cozinhado é que vai determinar a melhor harmonia.

Vejamos algumas sugestões:

  • Se servirmos polvo cozinhado em vinho tinto não vamos acompanhar com vinho branco.
  • No caso do Polvo à lagareiro é recomendável um vinho tinto leve e redondo.
  • Se acompanharmos o polvo com um molho ácido como o molho verde, devemos optar por vinhos brancos mais ácidos como os vinhos verdes.
  • A maioria dos pratos de polvo não têm sabores muito intensos pelo que não é recomendável a harmonização com tintos encorpados e intensos.


Deixem-nos as vossas sugestões para uma harmonização perfeita!


A todos um feliz natal! 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Pisa a pé faz diferença?


Pelas vínicolas de Portugal, encontramos a conservação de uma tradição milenar que remonta a Roma antiga: a pisa a pé. Bem presente em alguns dos grandes produtores do Douro e na extensa tradição do vinho do Porto, as uvas são esmagadas em lagares, geralmente consituidos por granito, até à extração do mosto. Posteriormente, inicia-se o processo de fermentação para a obtenção do vinho. Atualmente, a maioria dos produtores trocou este método tradicional por prensas automáticas.
A pisa a pé faz diferença?
Os especialistas dizem que sim! A pisa a pé permite uma maior extração de cor e aromas dado que o ato de espremer as uvas é mais intenso e demorado, aumentando o contacto das cascas com o mosto. São as cascas que vão trazer aromas, estrutura e cor ao vinho. Na pisa a pé, o esmagamento dura várias horas, em contraste com os minutos que demora numa prensa automática. Nesta, elementos indesejados como as sementes são quebrados dando uma amargura e um aroma herbáceo ao vinho. Reconhece-se que vinhos produzidos com recurso à pisa a pé mostram intensidade aromática e carácter.

Esta técnica é no entanto cara e demorada, levando ao elevado uso de apoio mecânico pelas vinícolas. Este método  acaba por muitas vezes ser só utilizado para os grandes vinhos. Verificamos também que a maioria dos vinhos do Porto correntes já não são feitos a partir da pisa a pé. Há, no entanto, produtores que mantêm o costume intacto como a Quinta da Pacheca. O enoturismo tem trazido um novo interesse por esta tradição, que mantém viva a prática!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Vinho persistente? É bom ou mau?

Ouvimos muitas vezes no vocabulário enófilo, a expressão “este vinho é persistente” mas será que entendemos realmente o seu significado? Na famosa análise sensorial, a avaliação da persistencia destaca-se como a última fase da avaliação. Também conhecida como “fim de boca”, é a última cartada do vinho que pode mudar a nossa opinião sobre o mesmo.   
Afinal o que é a persistência?
Estamos a falar nada mais, nada menos que a duração dos aromas e sabores de um vinho na boca após a sua ingestão. Geralmente classificada por segundos, assume-se que a pesistência é intensa quando sentimos os aromas por mais de 10 segundos. Se os aromas desaparecerem antes de 4 segundos, assume-se que o vinho tem uma fraca persistência. Na maioria dos casos, os vinhos encorpados tendem a ter uma persistencia mais longa que os vinhos de corpo leve.
A persistência é sempre boa?
Nem sempre! Depende essencialmente do tipo de sabores que ficam. Há vinhos que a persistencia é doce (sentida na ponta da língua acompanhada de uma sensação de maciez como por exemplo nos vinhos licorosos), ácida (comum em alguns vinhos brancos que estimulam a produção de saliva) e amarga (em alguns vinhos tintos com taninos ainda fortes que tornam a experiência pouco agradável).

A persistência pode assim muitas vezes ser adstrigente ou amarga como pode ser uma experiência fantástica. Saborear um vinho vai muito além do momento em que o bebemos, aquilo que ele nos deixa também faz parte. Assim, um vinho será bom se a persistência for intensa e prazerosa. Para avaliar este ponto, antes de digerir o vinho, sugerimos que saboreie um pouco na boca. 

Partilhem connosco as vossas experiências!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Arinto, a vivacidade dos lotes!

Presente na maioria das regiões vinícolas portuguesas, o arinto é a casta branca amplamente espalhada pelo país. Apesar da sua forte presença nacional, acredita-se que é nas regiões oeste de Portugal como a região dos vinhos verdes, Lisboa e Bairrada que está a sua origem. Também conhecida como a Pedernã na região dos vinhos verdes, ocupa um titulo de casta rainha na DOC Bucelas da região de Lisboa.
Roda dos aromas do Arinto
O que podemos esperar dos vinhos?
O arinto tem o dom de tornar os vinhos frescos e vibrantes graças à sua acidez atrevida! É assim utilizada em diversos lotes como a casta que traz vida ao nectar. Regiões como o Alentejo e o Tejo, abraçaram o Arinto para equilibrar os seus vinhos frutados com falta de acidez. Encontramos muitas vezes casada com Fernão Pires, Antão Vaz e Chardonnay. Dada à sua personalidade tem sido incorporada em vinhos tranquilos e espumantes e tem mostrado um elevado potencial de guarda.
Em termos aromáticos, encontramos uma casta mais reservada com algumas notas florais, de lima, limão e maçã. Marcada por uma cor citrina, à medida que envelhece tem mostrado desenvolvimento de novos aromas com destaque para os frutos tropicais e o mel.
Hoje encontramos uma panóplia de vinhos com Arinto, um pouco por todo o país. Excelente opção para acompanhar peixes e mariscos, em conjunto com outras castas mais frutadas, encontramos vinhos equilibrados, frescos e marcantes.

E vocês? Já experimentaram?

sábado, 26 de agosto de 2017

Verão quente, tinto quente!

Estamos no verão, a estação do sol, das praias, dos Sunsets e do calor! As tão ansiadas férias batem à porta e naturalmente tendemos a saborear uma refeição fora. Vamos a um restaurante com vontade de ter uma experiência gastronómica agradável. Como qualquer enófilo, analisamos a tão desejada carta de vinhos para escolher o néctar da refeição. Talvez um momento a dois, talvez um momento em família, um momento que promete ser prazeroso. 

Até que...
Escolhemos um tinto e este vem à temperatura ambiente, ou seja, a mais de 20ºC.(alerta desastre!).💣Primeiro momento de prova sentimos todo o álcool a apoderar-se das gandulas salivares que nem sequer conseguimos identificar aromas e destrói até o melhor vinho. Surge então a única solução: pedir uma manga para a garrafa. 


A história repete-se todos os verões, ano após ano e restaurante após restaurante (acredito que haja exceções). Com o vinho português a crescer em qualidade, seria agradável que finalmente a indústria da restauração acompanhasse e tivesse mais cuidado com o vinho. 

Fica a dica e enquanto as coisas não mudarem na cultura dos restaurantes, teremos que optar por vinho branco ou então pedir uma manga para salvar o tinto!

Saúde! 





terça-feira, 11 de julho de 2017

Vinho verde rosé?! Afinal o que é?

Com o verão, aproximam-se as tão desejadas férias. Piscinas, praias, churrascos, saladas e petiscos surgem e é nesta altura que os vinhos de verão tomam lugar. Para além do famoso vinho verde, o vinho rosé ganha espaço na nossa gastronomia. Outrora visto como um vinho feminino ou inferior, hoje o vinho rosé conquista cada vez mais seguidores com qualidade cada vez mais evidente.

O vinho rosé tem crescido de forma generalizada em várias regiões vinícolas e hoje vimos trazer uma sugestão de verão o “Vinho verde rosé”.  Existe muita confusão em relação a este vinho. Ainda ouvimos comentários tais como “ É vinho verde ou é rosé?”, “Não é um verdadeiro rosé!”, "Vinho verde é branco.". Assim decidimos esclarecer:


VINHÃO - uma das castas tintas mais usada
para Vinho verde Rosé
1.       Vinho verde é qualquer vinho produzido na região dos Vinhos verdes. Estamos a falar de uma região demarcada como o Douro e o Alentejo. Nesta região é produzido vinho branco, tinto e rosé como nas restantes regiões.

2.       O vinho rosé é geralmente produzido a partir de uvas tintas mas com um processo de vinificação semelhante ao vinho branco. É um tipo de vinhos pelo que a sua classificação é independente da região.


O vinho verde rosé é sim um vinho rosé produzido numa das mais famosas regiões vinícolas “Vinho verde”. A combinação não poderia ser perfeita! A região com a sua frescura e vivacidade possibilita vinhos rosés bastante frescos e com uma acidez de invejar, sendo o vinho ideal para o verão. Acompanha na perfeição saladas, mariscos e petiscos mas pode também ser servido sozinho.  Ainda com um grande caminho pela frente de conquista de mercado, o vinho verde rosé tem crescido e promete conquistar seguidores.

Neste verão, experimente!



terça-feira, 25 de abril de 2017

Vinho "Tony Carreira"? Já está no mercado!

A moda das celebridades terem vinhos com o seu nome continua de vento em popa. Agora um dos cantores mais importantes da música popular portuguesa, Tony Carreira, tem uma garrafa com a sua imagem! Numa parceria com a Quinta da Pacheca, é lançada uma edição especial reserva tinta de 2014 Tony Carreira. Oficialmente, o objetivo da venda deste vinho é beneficiar uma associação de apoio a jovens carenciados (Bagos d'Ouro) , mas a promoção da imagem do cantor é clara. A Quinta da Pacheca é mais uma vinícola que adere ao movimento das parcerias com famosos.

Reserva 2014 Tony Carreira
De que vinho estamos a falar?
Estamos perante uma reserva de 3 castas tradicionais do Douro: Touriga Franca , Touriga Nacional e Tinta roriz. Do ano 2014, o vinho foi estagiado um ano em barricas de carvalho francês. Segundo a vinícola, o vinho foi construído conforme a preferência do cantor por vinhos com pouco corpo. Com 14% de alcool, foi avaliado como um vinho ruby de cor intensa, bastante frutado e uma boa persistência.
Foi assim lançado o nectar no dia 23 de Abril e veremos como irá se comportar a procura. Certamente o vinho irá atrair toda a legião de fãs do Tony Carreira mais do que os apreciadores habituais de vinho só por conter a imagem do cantor. A garrafa poderá ser adquirida pelo valor de 14,95€. Ficamos a aguardar as vossas provas! 

quinta-feira, 16 de março de 2017

Trincadeira, casta portuguesa com certeza!

A Trincadeira encontra-se espalhada um pouco por todo o país estando bem presente no Alentejo, Douro e Ribatejo. Conhecida como Tinta Amarela no Douro, encontramos diversos nomes como Trincadeira preta (Alentejo), Mortágua (Torres Vedras), Espadeiro (Setúbal) e Crato Preto (Algarve). Apesar da sua ampla difusão, é no Alentejo que a Trincadeira brilha sendo uma das castas mais prestigiadas para integração em lotes.

Como é a casta?
Uma das principais características da Trincadeira são os seus cachos preto-azulados. Com um bago uniforme, trata-se de uma casta difícil de cultivo pelo que necessita de um cuidado extremo. Bastante sensível a pragas e com produções irregulares, ambienta-se em climas quentes e secos como o Alentejo. Quando jovem a sua folha apresenta tonalidades amarelas, motivo pelo qual é chamada a Tinta amarela no Douro.

O que podemos esperar dos vinhos?
Geralmente encontramos esta casta em lote, não sendo utilizada para vinhos monocásticos. A Trincadeira proporciona vinhos fortes com aromas florais, vegetais e ricos em acidez. Com um bom nível alcoólico, os vinhos produzidos com a Trincadeira têm potencial de envelhecimento. Usualmente, no Alentejo, é casada com o Aragonez criando vinhos intensos em ameixa preta, frutos vermelhos, especiarias e bastante equilibrados. A Trincadeira é acrescentada aos lotes essencialmente para acrescentar notas florais e para suavizar os vinhos.

Portugal é um dos países do mundo com mais castas autóctones ímpares. A Trincadeira é uma das castas mais importantes do nosso Alentejo, tornando os tintos da região únicos. Estes harmonizam bem com pratos de carne, queijos, aves e toda a gastronomia rica Alentejana. Experimente esta casta com pratos apimentados e salgados.  

quinta-feira, 9 de março de 2017

Quantas uvas são necessárias para produzir uma garrafa de vinho?

Como apreciadores de vinho, é pertinente sabermos o que estamos a consumir e como é produzido. A produção de vinho é uma arte e implica uma grande gestão e planeamento. Uma videira em geral, tem de aguardar 4 anos para produzir cachos dignos da produção de vinho. Mas afinal quantas uvas precisamos para produzir uma garrafa? 




A resposta não é absoluta dado que os números variam consoantes diversos factores tais como:

- Tipo de casta (tamanho dos bagos, tamanho dos cachos, quantidade de sumo da polpa)
- A prensagem.
- O rigor na seleção das uvas.
- A poda.
- A exposição solar (quanto mais quente mais desidratadas ficam as uvas).

Apesar da grande variedade de fatores, há alguns números que podemos assumir. Em média, estabelece-se que para a produção de uma garrafa standard (750 ml) é necessário 1 quilo de uva o que corresponde a 300 uvas.

Vejamos alguns números padrão:

1 cacho de uvas = 75 uvas
1 copo de vinho = 1 cacho de uvas = 75 uvas
1 garrafa de vinho = 4 cachos de uvas = 300 uvas

Como qualquer média, cada caso será um caso, mas em geral quanto mais exigente a seleção das uvas menor será a rendibilidade das videiras. Por essa razão, quanto mais selecionada a colheita, melhor e mais caro deverá ser vinho. Para além disso, o grande fator diferenciador é sem dúvida o tipo de casta. A produção de vinho é muito mais que plantar uvas e esmagá-las, implica um grande planeamento. 

sexta-feira, 3 de março de 2017

Sabia que 85% do vinho é água?

A maioria da população acredita que o vinho é essencialmente um conjunto de moléculas aromáticas da uva, mas essa é apenas uma parte pequena da composição do vinho. A composição química do vinho é um assunto desconhecido e hoje vamos clarificar.


Que elementos podemos então encontrar no vinho?

Água – 85%

Sim, a água é aquele bem essencial à vida e ocupa grande destaque na composição do vinho para espanto de muitos. Inclusive, em muitos países que não contém água potável, beber vinho reduz o risco elevado de contaminação. Já ouvimos várias histórias românticas sobre o nascimento do vinho, mas este expandiu também por ser uma bebida mais segura que a água.

Álcool – 13% (valor médio)

Aqui vem um elemento de peso. Todos identificamos a presença do álcool no vinho, quer pela positiva quer pela negativa. Este surge no momento da fermentação quando os açúcares da própria uva se transformam em álcool. A sua percentagem varia de vinho para vinho sendo que ronda os 8% a 15%. Os vinhos fortificados sãos os reis neste ponto dado que apresentam uma percentagem de álcool entre 17% e 20%.

Glicerol – 1%

O Glicerol é uma espécie de álcool ligeiramente açucarado que é obtido durante a fermentação do mosto. A sua presença proporciona um vinho suave, gordo e untuoso, ou seja, a viscosidade. É graças a este elemento que podemos apreciar as lágrimas existentes no copo. Quanto mais glicerol, mais lágrimas encontramos.

Ácidos – 0,5%

O ácido do vinho é medido pelo famoso PH e tal como muitos alimentos, os vinhos podem ser mais ou menos ácidos dependo da casta, região entre outros factores.

Açúcar residual

A concentração de açúcar é o que vai determinar se um vinho é seco ou doce. Na teoria, um vinho seco não tem açúcares residuais e um vinho doce pode atingir os 200 gramas por litro. No entanto, no geral, o açúcar costuma variar entre 0 e 10 gramas por litro.

Fenólicos – 0,1%

Os fenólicos, de uma forma geral, contém os elementos especiais do vinho. Determinam essencialmente a cor do vinho, os aromas, e os famosos taninos que proporcionam a estrutura do vinho. São na verdade a prova que a influência de um pequeno elemento pode alterar tudo. 



quinta-feira, 2 de março de 2017

Encruzado, a casta notável do Dão!

Recentemente, muito se tem falado da casta Encruzado. Considerada uma casta de qualidade irrepreensível, tem enaltecido e abrilhantado a região do Dão. Numa relação perfeita, o Encruzado é para o Dão como o Alvarinho para o Vinho Verde. Produzindo vinhos de uma elegância incomparável, tem se destacado nos seus vinhos monocastas mas também em grandes lotes do Dão.
O que podemos esperar do Encruzado?
Uma das melhores qualidades do Encruzado, é a sua capacidade de equilíbrio entre o açúcar e a acidez, gerando vinhos muito estruturados com grande potencial de envelhecimento. Na verdade, os vinhos feitos a partir desta casta podem durar décadas, quer estagiados em madeira ou não. Com o tempo, adquirem aromas de frutos secos, avelã, resina e mel. Na sua versão mais jovem, encontramos vinhos bastante minerais, aromáticos com notas cítricas e florais e com uma notável acidez. Se pudéssemos resumir a presença do Encruzado no vinho seria sem dúvida a delicadeza.  
Parece estranho que a casta continue fiel ao seu Dão, mas em mais nenhuma região poderíamos extrair o melhor do Encruzado (até agora descoberto). Apesar de ter andando um pouco esquecida numa região onde as vinhas estão extremamente divididas em parcelas e pequenos produtores, nos últimos anos tem alcançado uma nova posição. Com o investimento recente de uma nova geração de enólogos, o Encruzado tem hoje uma nova imagem internaciona e tem elevado a região do Dão. Para quem aprecia vinho branco, não pode deixar de experimentar esta jóia.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Cabriz Tinto 2014!

Desde a divulgação do TOP 100 dos melhores vinhos do mundo de 2016 pela Wine Spectator, a Quinta de Cabriz tem andado nas bocas do mundo.
Fundada em 1989, encontra-se sediada no Carregal do Sal. Podemos encontrar uma grande diversidade de produtos desde brancos, tintos, espumantes e aguardentes. Com dezenas de prémios alcançados estamos perante uma marca líder na região demarcada do Dão. Os seus vinhos hoje são vendidos pelo mundo inteiro com destaque nos Estados Unidos, Europa e Brasil.

O Cabriz tinto 2014 foi assim o vinho Português mais pontuado (90 pts) e fomos então provar a pérola.

  • Nome: Cabriz Tinto 2014
  • Vinícola: Quinta de Cabriz
  • Região Demarcada: Dão
  • Castas: Alfrocheiro (40%), Tinta Roriz (40%) e Touriga Nacional (20%)
  • Álcool: 13%
  • Maturação: 6 meses em barricas de carvalho francês
  • Harmonização: Ideal para acompanhar carnes brancas, vermelhas e pratos mediterrânicos.
  • Consumo: 3 a 5 anos
  • Temperatura para consumo: 18ºC
  • PVP: 3,60€

O que podemos esperar?

Encontramos um vinho límpido de cor rubi intensa. No nariz sentimos os frutos vermelhos e do bosque com um toque suave a madeira. Na boca, o vinho mostra-se bastante elegante, equilibrado, redondo com taninos bem lapidados. O final apresenta-se bastante prolongado tendo assim uma boa persistência. Um vinho muito bem feito que não desilude ninguém!

Deixamos assim a sugestão de prova, mas caso já o tenha provado, então partilhe connosco!


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Beber vinho previne contaminações de comidas!

Quando viajamos para países com risco elevado de contaminação alimentar, não temos muitas vezes a real noção do risco de por exemplo beber água! A universidade de Cornell, concluiu após anos de estudo que a melhor alternativa é consumir bebidas alcoólicas. Para além do risco de beber água contaminada ser elevado, o álcool inativa os efeitos de micro-organismos nocivos à saúde humana. Se por exemplo viajarmos para o México – país com elevado risco de salmonela- a melhor forma de nos protegermos é ingerirmos vinho ou tequila.

Foi assim concluído que o consumo de vinho com alimentos potencialmente contaminados por Salmonela e E.coli, reduz o risco significativamente de ficarmos doentes. A acidez elevada do álcool proporciona uma acidez natural do estômago que ajuda a combater as bactérias. Em particular, o vinho branco, combate a reprodução e propagação das mesmas. O álcool deve ser consumido durante a refeição para o efeito ocorrer. Para além disso, quanto maior a percentagem de álcool melhor pelo que o vinho é sempre preferível face à cerveja.


No passado, já tinham sido divulgados diversos estudos sobre a capacidade do vinho combater agentes nocivos e inibir o crescimento das bactérias. Em 2004 foi concluído que as cascas e sementes das uvas tinham capacidade de combater infeções. Uma vez que o vinho é a grande companhia das melhores refeições, não é difícil incluirmos esta bebida nas nossas viagens. Então, a próxima vez que viajar para outro país, prefira sempre o vinho ou outra bebida alcoólica. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Como escolher um vinho para aperitivo?

Como nunca, as refeições não são mais vistas como apenas o prato principal mas sim com tudo aquilo que o momento engloba! Os aperitivos não são exceção e ocupam cada vez mais destaque dado o seu poder de integração social. O serviço dos aperitivos poderá assim determinar o sucesso do encontro.  
Quais são os vinhos indicados para aperitivo?
Em geral, assume-se que um aperitivo deve preparar o nosso organismo para os alimentos pelo que é defendido que se opte por vinhos menos calóricos, mais leves e menos alcoólicos. No caso dos tintos, estes devem ser pouco tânicos e no caso dos brancos, leves e frescos. É igualmente aceite que o aperitivo tenha um nível de açúcar aceitável pois irá permitir a inibição temporária da fome necessária em diversos momentos.
Deixamos assim algumas sugestões:
1.    Espumantes – O gás carbónico incentiva a salivação sendo uma opção ideal para deixar todos com água na boca. São o par perfeito para acompanhar petiscos salgados.
Porto tónico
2.  Vinho Verde – Apesar de não ser muitas vezes visto como um aperitivo, a verdade é que é uma das melhores opções para os dias de verão. Com o seu carácter leve, frutado, fresco e com pouco álcool, acompanha bem frutos do mar, sushi e saladas.
3.   Vinho do Porto – O tradicional aperitivo português está sempre bem presente dada a sua versatilidade. O porto branco é normalmente indicado para aperitivo e acompanha bem tâmaras secas, queijos e salmão fumado. O Porto tónico é uma das bebidas mais apreciadas como aperitivo que consiste em Porto branco, água tónica, gelo e uma rodela de limão.
4.  Vinho Branco – Geralmente frescos e aromáticos, ocupam muitas vezes a primeira opção como aperitivo. Experimente com petiscos de bacalhau e peixe.
5.    Moscatel – Considerado o novo Vermute, deve ser bebido fresco para não se tornar demasiado doce.
6. Vinho tinto – Apesar da opção ser incomum, o vinho tinto pode ser a combinação perfeita para entradas mais intensas com queijos e carne. O ideal é escolher um vinho mais fresco e leve.
Em geral, os vinhos fortificados são vistos como os vinhos aperitivos mas há muitas combinações possíveis. Há que adaptar tudo ao momento e ao que é servido!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Os espumantes rosés estão aí para ficar!


Todos nós gostamos de bolhinhas para dias de festas mas os rosés trazem uma intensidade de sabor único e uma atmosfera romântica. Outrora visto de uma forma preconceituosa como uma bebida feminina, hoje os espumantes rosés conquistam adeptos graças à sua personalidade viva, leveza e à presença de aromas de frutos vermelhos. Ideal para uma festa especial, é muitas vezes considerada a bebida romântica e de verão.

Como são feitos?

Geralmente produzidos a partir de uvas tintas, o que os distingue é que o mosto entra em contacto com a pele das uvas temporariamente, proporcionando cores desde rosa pálido ao groselha. Quando atingido o ponto pretendido, são retiradas as cascas (exatamente como o método de produção do vinho rosé tranquilo). Quanto maior for o contacto do mosto com as peles, mais intensa será a cor do espumante. À semelhança dos espumantes brancos, muitos rosés são feitos a partir do método champanhês, ou seja, a segunda fermentação é realizada em garrafa.

O que podemos esperar?

A grande riqueza dos espumantes rosés são os seus aromas a frutos vermelhos e por vezes o toque de frutas secas dependendo da levedura. É uma excelente opção para acompanhar entradas, pratos principais assim como sobremesas. Bastante versátil, acompanha bem peixes, aves, marisco, saladas, pratos mediterrâneos e comida asiática. Os rosés mais doces são uma opção elegante e perfeita para acompanhar sobremesas e chocolates em jantares mais românticos. No verão, quando servidos bem frescos, são uma excelente escolha para criar cocktails e servir numa festa ou num pic-nic.


Como os restantes espumantes, o espumante rosé deve ser servido bastante fresco. Para tal, recomendamos que a garrafa seja colocada num balde de gelo para se manter fresco! Quando comprar um espumante, seja diferente e experimente o rosé!


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Como esfriar uma garrafa em pouco tempo?

Quantas vezes chegamos a casa, apetece-nos um vinho fresco e não há nada no frigorífico? Chegam convidados e não temos vinho fresco! Situações habituais que podem acontecer a qualquer um. A verdade é que o vinho deve ser bebido à temperatura ideal e beber vinho branco, rosé ou espumante quente não lembra a ninguém!
Decidi então resumir aqui algumas dicas para refrescarmos as garrafas rapidamente:
  • 1.    Papel de cozinha/ pano de cozinha + congelador.

Podemos embrulhar a garrafa em panos/papéis de cozinha humedecidos e colocar no congelador. O papel húmido arrefece rapidamente levando a temperatura da garrafa a descer em 15 a 20 minutos.
  • 2.    Uvas + congelador.

Lavamos bem um cacho de uvas e colocamos num saco no congelador. As uvas podem ser depois colocadas num copo (3 ou 4 por copo) e irão arrefecer rapidamente o vinho. Uma alternativa útil para quem pretende apenas beber um copo depois de um longo dia. A pele das uvas não permite a alteração de sabor pelo que é um método seguro.
  • 3.    Balde de gelo + gelo + água fria.

Um dos métodos mais divulgados de sempre. Este procedimento consiste em colocar a garrafa num balde com metade gelo, metade água fria. Em 30 minutos a garrafa fica no ponto ideal para consumo. O balde é útil também para manter a garrafa arrefecida durante o ato do consumo.
  • 4.    Balde de gelo + gelo + água fria + sal.

À semelhança do método anterior, colocamos a garrafa em gelo e água e adicionamos duas mãos cheias de sal grosso. O sal em reação com o gelo proporciona um arrefecimento mais rápido. De forma o topo da garrafa não ficar mais quente, podemos inverter a garrafa a meio do método para um maior equilíbrio.
                                                   

Podemos encontrar outros métodos como decantar o vinho e coloca-lo no frigorífico ou abanar a garrafa. No entanto, os mais corretos foram os mencionados anteriormente. A garrafa não deve ser guardada no frigorífico durante dias pois isso irá afetar a qualidade do vinho. Este deve ser guardado num local escuro sem oscilações de temperatura e vibrações. Já não há desculpas para não beber um vinho fresco num momento inesperado!