Recentemente, muito se tem falado da casta
Encruzado. Considerada uma casta de qualidade irrepreensível, tem enaltecido e
abrilhantado a região do Dão. Numa relação perfeita, o Encruzado é para o Dão
como o Alvarinho para o Vinho Verde. Produzindo vinhos de uma elegância incomparável,
tem se destacado nos seus vinhos monocastas mas também em grandes lotes do Dão.
Uma das melhores qualidades do Encruzado, é a sua
capacidade de equilíbrio entre o açúcar e a acidez, gerando vinhos muito estruturados
com grande potencial de envelhecimento. Na verdade, os vinhos feitos a partir desta
casta podem durar décadas, quer estagiados em madeira ou não. Com o tempo, adquirem aromas de frutos secos, avelã, resina e mel. Na sua versão mais jovem,
encontramos vinhos bastante minerais, aromáticos com notas cítricas e florais e
com uma notável acidez. Se pudéssemos resumir a presença do Encruzado no vinho seria
sem dúvida a delicadeza.
Parece estranho que a casta continue fiel ao seu
Dão, mas em mais nenhuma região poderíamos extrair o melhor do Encruzado (até
agora descoberto). Apesar de ter andando um pouco esquecida numa região onde as
vinhas estão extremamente divididas em parcelas e pequenos produtores, nos últimos
anos tem alcançado uma nova posição. Com o investimento recente de uma nova
geração de enólogos, o Encruzado tem hoje uma nova imagem internaciona e tem
elevado a região do Dão. Para quem aprecia vinho branco, não pode deixar de experimentar
esta jóia.
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