quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O papel da acidez no vinho!

Quando degustamos um vinho, por vezes encontramos vinhos ou muito ácidos ou chatos sem frescura e leveza. Estamos a falar de vinhos desequilibrados, cuja a acidez não casa na perfeição com os taninos e o álcool (a estrutura do vinho).
A acidez é o elemento responsável pela frescura, alma e a vida do vinho. O tipo de uva, clima e vinificação é que determinam o nível de acidez. Quanto mais madura a uva, menos ácido o vinho tenderá a ser e mais doce será. O ponto de equilíbrio entre os dois é que determinará o sucesso do vinho. No geral, quanto mais frio o clima, maior a propensão de uma maior acidez e uma menor doçura. No casos dos brancos, a casta tem um peso relevante. Os micro-climas e as escolhas do enólogo serão determinantes.
Qual a vantagem de um vinho com boa acidez?
Uma boa acidez torna o vinho fresco, vivo e com carácter. A harmonização é favorecida pois a acidez permite a salivação, abrindo o apetite e preparando a boca para a degustação. Os tintos, são refrescantes e perfeitos para acompanhar pratos gordurosos e ainda cortam a sensação salgada de alguns pratos. Os brancos no verão, refrescam os dias de calor. Quando experimentamos vários tipos de pratos, o vinho deve ter uma boa acidez para limpar o paladar.
E se a acidez for fraca?
Um vinho pouco ácido é chato, sem vida, pobre e desinteressante. Para além disso, a falta de acidez, muitas vezes, torna o vinho doce e incapaz de fazer boas harmonizações. O potencial de envelhecimento é aniquilado, estragando rapidamente o vinho.


Como detetar a acidez?
Os cantos laterais da boca são responsáveis pela percepção da acidez. A quantidade de saliva irá nos mostrar também o nível de acidez. Quanto mais intensa a salivação, maior a acidez do vinho, isto porque esta tem como função limpar o palato. Em Portugal, as castas brancas mais ácidas são: Sercial da Madeira, Arinto, Avesso (Vinho Verde) e Rabigato (Douro). Nas tintas encontramos: Baga (Bairrada), Vinhão (Vinho Verde) e Trincadeira.


Em geral, o consumidor menos exigente prefere vinhos mais doces e menos ácidos, o mais exigente tolera melhor a acidez. Mas como tudo na vida o equilibro é o melhor!

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