segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O que é um vinho DOC?

Os vinhos com designação DOC (denominação de origem controlada) estão por todo o lado! Vemos regularmente nos rótulos o DOC associado a uma região, como por exemplo "DOC Douro".
O DOC é uma nomenclatura utilizada para definir normas rigorosas com objetivo de valorização da região representada. O regulamento pretende controlar essencialmente:
  • A área geográfica abrangida
  • O tipo de solo
  • As castas
  • Método de vinificação
  • Procedimentos enológicos
  • Teor alcoólico
  • Produção por hectare
  • Processo de envelhecimento do vinho

Este sistema encontra-se presente de alguma forma pelo mundo, tendo cada país a sua própria denomincação como a francesa Appellation d'origine contrôlée - (AOC), a italiana Denominazione di origine controllata - (DOC), e a espanhola Denominación de Origen - (DO).

Os vinhos DOC são melhores?

Estas denominações apenas indicam algumas características dos vinhos típicas da região, não se pode afirmar que são melhores que os vinhos regionais.No entanto, os vinhos DOC antes de serem vendidos são rigorosamente controlados. As vinícolas submetem amostras à comissão vitivinícola, de forma a serem garantidas as normas. O objetivo é assegurar rigor na elaboração dos vinhos, respeitar as origens da região e assegurar a qualidade dos vinhos.  

E para vocês? o DOC faz diferença?


domingo, 30 de outubro de 2016

Sabe o que é um Porto LBV?


Porto LBV 2009 Messias
O vinho do Porto dispensa apresentações! Um dos vinhos fortificados mais vendidos no mundo inteiro, o seu caracter único e diversidade de riquezas e aromas são inconfundíveis. No entanto, a compra desta pérola nem sempre é fácil graças à diversidade de nomenclaturas e variedades diferentes.

Mas afinal o que é um Porto LBV (Late bottled vintage)?

LBV é um Porto produzido a partir de uma colheita única e excecional e envelhecido entre 4 a 6 anos em barricas de carvalho para que a evolução oxidativa seja lenta. Posteriormente, permanece em garrafa pelo menos 3 anos antes de ser vendido. É assim, um Porto que está pronto a ser consumido no ato da compra uma vez que em garrafa a evolução é muito pequena. Pode ser consumido até 15 anos em garrafa! Na mesma, vem sempre mencionado o importantíssimo ano da colheita e a data de engarrafamento.

E no copo como são?

O porto LBV tem semelhanças com o Porto Ruby. De cor intensa e rica, encontramos um vinho encorpado com personalidade e bastante frutado. Acompanha bem frutos secos e queijos.

Apesar de não serem Vintages, os LBV’s têm a vantagem enorme de não necessitarem de tanto tempo para serem consumidos. A acrescentar o facto de permitirem uma experiência degustativa muito semelhante a um Vintage mas de uma forma mais acessível! É importante realçar que vêm sempre com rolha inteira e as garrafas devem ser conservadas deitadas. Na hora de degustar,  experimente decantar para não servir o vinho com depósito.


E vocês? Já experimentaram um LBV?

sábado, 29 de outubro de 2016

Como se faz um Rosé?

Amado por muitos, desvalorizado por outros, o vinho rosé está cada vez mais na moda! Com as suas cores ricas desde o pêssego até à groselha, os vinhos rosés têm a delicadeza dos brancos mas com aromas vivos do vinho tinto. Caracterizados pela sua leveza e teor alcoólico baixo, os vinhos rosés foram inicialmente vinhos ligeiros, adocicados e gaseificados. Hoje encontramos um perfil de Rosés diferente sendo atualmente vinhos mais complexos, secos e com elevada qualidade tornando-se assim vinhos de mesa e não apenas para aperitivos e esplanada. Qualquer vinícola em Portugal tem um rosé!

Mas como se faz um Rosé?
  1. No passado usava-se a técnica de mistura de uvas brancas e tintas ou com a mistura de vinhos brancos e tintos mas estes métodos estão praticamente extintos por não trazerem qualidade ao vinho.
  2. Os vinhos rosés mais leves e frescos são feitos a partir de uvas tintas mas com o método de vinificação do vinho branco. Chama-se a esta técnica a compressão direta.
  3. Os vinhos rosés mais encorpados e alcoólicos acontecem geralmente quando num processo de produção de vinho tinto, num período de 6 a 48 horas, são retiradas as películas (elemento que é responsável pela cor) e a fermentação continua.

Concluímos assim que hoje a maioria dos vinhos rosés são feitos a partir de castas tintas!
 Apesar de serem tratados como vinhos para mulheres, os Rosés têm conquistado cada vez mais mercado. São vinhos muitos versáteis e são a companhia perfeita para acompanhar, saladas, pizzas e comidas mediterrânicas. Para quem está a entrar no mundo dos vinhos é um excelente inicio uma vez que não são vinhos demasiado complexos e são em geral leves.

E vocês? Já se renderam aos Rosés?

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Casa Emerlinda Freitas - o sucesso feminino no mundo dos vinhos!

Para quem pensa que o mundo dos vinhos é apenas para homens, está completamente enganado! Uma prova disso é a casa Ermelinda Freitas, uma vinícola com gestão feminina! Nascida em 1920 por Deolinda Freitas, atravessou 3 gerações de mulheres com determinação. Na mais recente geração, Ermelinda Freitas, viúva, deu continuidade ao projeto lançando em 1997 a primeira marca de vinhos – Terras do Pó. Hoje conta com a colaboração de sua filha Leonor Freitas num projeto  que já conta com 5 gerações, 27 castas diferentes plantadas, 445 hectares de vinha e uma produção de 9 milhões de litros por ano. A determinação desta empresa familiar serve de inspiração a todos os enófilos!

Localizada na região de Setúbal, 40% das vinhas são Castelão a grande bandeira da região. Com um solo arenoso e um clima único, a região concebe vinhos distintos! Hoje, os seus vinhos são reconhecidos pela qualidade inquestionável.

A Casa Emerlinda apostou num lançamento de 12 monovarietais que é uma excelente oportunidade para sentirmos a essência de cada casta!







Hoje vamos sugerir “o Dona Ermelinda Freitas tinto” que é precisamente produzido à base de Castelão.Um vinho bastante gastronómico indicado para degustar em qualquer altura. 

Dona Ermelinda Tinto 2013
D.O. Palmela 

Castas: 70% Castelão, 15% Cabernet Sauvignon, 15% Touriga Nacional
Solo: Arenoso
Clima: Mediterrâneo
Estágio: 6 a 8 meses em meias pipas de carvalho francês
Teor Alcoólico: 14%
Cotação no Vivino: 3,5
Notas de prova: Um vinho de cor granada, no nariz muito aromático com notas de frutos vermelhos maduros e um toque ligeiro a madeira. Na boca é encorpado, macio, redondo com taninos bem polidos, um final prolongado e elegante


 Fico a aguardar a vossa opinião! 


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Copo para cada tipo de vinho? A Riedel garante!

Para quem aprecia vinhos, o formato do copo faz sempre a diferença. Quem melhor se aproveitou desta realidade foi a Riedel. Nascida em 1673, esta empresa Austríaca há 40 anos inovou o mercado desenhando copos especializados não só por tipo de vinho mas também por casta! Considerada a Ferrari dos copos, cada peça é construída em cristal, à mão sendo assim uma obra de arte. A importância desta marca é tão grande que um dos exemplares encontra-se no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque!


Mas de onde vem a ciência para a escolha do formato do copo?


A escolha do formato está assente no mapa da língua e nas características de cada tipo de vinho. O fluxo do vinho é enviado para a zona do paladar exata de forma a assegurar a melhor prova. Após milhares de testes, a Riedel conseguiu descobrir o copo ideal para cada tipo de vinho. A maioria dos cientistas são céticos em relação a esta “ciência”, mas as provas realizadas mundialmente asseguram a credibilidade da Riedel.
Mapa das sensações



Mundialmente, especialistas fazem testes com os copos do Riedel e validam a diferença sensorial dos vinhos conforme o copo proposto. Assim, um Syrah não terá as mesmas perceções num copo indicado para Pinot Noir. Atualmente grandes especialistas não dispensam os seus copos Riedel apesar do preço inflacionado. É assim um produto que não está acessível a toda a gente mas tem criado experiências novas no mundo dos vinhos!

Já experimentou algum copo Riedel? Se não, fica a sugestão!

Faça gosto na nossa página do facebook! Obrigada

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Baga Bairrada - o mais recente espumante português!


Baga Bairrada é o mais recente espumante português lançado em 2015! Iniciativa da Comissão Vitivinícola da Bairrada criou um selo de qualidade de um espumante feito a partir de Baga, a casta típica da Bairrada com uma identidade e produção própria. Com o objetivo de conquistar o mercado mundial, o Baga Bairrada pretende atingir o topo dos espumantes! A bairrada sempre foi a região portuguesa dos espumantes, tendo o primeiro sido produzido em 1890 pelo Engº Tavares da Silva.
Os primeiros 5 espumantes com o selo Baga Bairrada

Um grupo de sete enólogos uniu-se de forma a desenvolver a regulamentação para garantir o melhor espumante de sempre e criar assim a logomarca. O objetivo é unir os produtores locais para valorização da região. O regulamento permite a criação de espumantes brancos, rosés e tintos mas todos a partir da casta Baga.

A iniciativa arranca com 5 grandes espumantes e já há mais empresas a estagiar garrafas como as Caves Montanha e Luís Pato.

A baga é a casta tinta predominante da bairrada e produz vinhos escuros muito concentrados em aromas que têm apresentado uma evolução em garrafa notável! Assim, surgiu a necessidade de preservar e potencializar a casta e a região vitivinícola.  


O alvo é a conquista do mercado mundial dos espumantes! A marca pretende em 2018 produzir um milhão de espumantes e alcançar 10% da produção nacional.

Vamos aguardar o feedback de quem já experimentou! Não fique de fora!






terça-feira, 25 de outubro de 2016

No dia das massas falamos de vinhos!

Em 1998, foi escolhido o dia 25 de Outubro para celebração do dia mundial das massas com o objetivo de realçar a importância deste alimento para uma alimentação equilibrada. Nascida em Itália, é considerada uma comida de conforto e pode ser acompanhada com infinitas combinações de molhos e ingredientes. O que não pode faltar? Um bom vinho claro.

A massa só por si não é um prato, pois necessita de outros ingredientes e de molho para se tornar uma refeição. Assim, a escolha do vinho recai no que é complementado com a massa!

Há uma regra básica para acompanhar as massas: o vinho deve ser tendencialmente leve, um pouco ácido e não muito alcoólico. Devem ser evitados os vinhos pesados!

Vamos analisar pelo tipo de massa:

Molho de tomate e bolonhesa – a escolha é muito semelhante àquela discutida na postagem da Lasanha bolonhesa. O molho de tomate só por si é ácido pelo que é necessário um vinho com alguma acidez. Os tintos devem ser medianamente encorpados. Há medida que o molho se torna mais forte o corpo do vinho deve crescer. Cabernet Sauvignon e Syrah são sempre boas opções. Para variar, experimente um rosé mais encorpado.

Molho de queijo – um tipo de massa muito comum na América e fácil de combinar com vinho. Uma boa sugestão é um branco estruturado com alguma madeira. Já na secção dos tintos, é aconselhável um tinto leve.

Frutos do mar – classicamente acompanhados por brancos e rosés. Muitas vezes este tipo de massas tem uma elevada acidez pelo que se torna um par perfeito para o Vinho verde. Se for acompanhada com molho de tomate, sugerimos um Vinho Verde Rosé.

Vegetariana – um bouquet de primavera, este tipo de massas são geralmente frescas pelo que necessitam de um vinho branco leve e floral. Podemos igualmente harmonizar com um tinto leve caso seja adicionado molho de tomate.

Al pesto – composto por queijo e manjericão, acompanha muito bem um vinho branco. Quanto mais verde for o pesto, mais leve e vegetal deverá ser o branco.

Vamos celebrar o dia das massas com uma excelente harmonização!

Bom apetite!


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Vinho verde é maduro? - a confusão persiste.

 “Vinho verde ou maduro?”, é uma das frases que mais ouço por aí. Constantemente, deparo-me com pessoas a falar de vinho verde como se fosse um tipo de vinho. Mesmo dentro do setor da restauração há uma grande confusão do conceito. A verdade é que vinho verde é uma região demarcada como o Douro ou como o Alentejo e é feito com uvas maduras!

O vinho verde é uma região vinícola no noroeste de Portugal, com clima ameno, fresco e chuvoso que permite criar vinhos excecionais com elevado nível de acidez, juventude, leveza e notas florais. Não existe mundialmente mais nenhuma região igual. Famosa pelos seus grandes brancos e espumantes, apresenta teores alcoólicos reduzidos e muita frescura sendo um vinho fácil de beber ideal para acompanhar pratos leves ou aperitivos.

Mas afinal como nasceu o nome vinho verde? Há várias teorias:

- Estima-se que o nome surgiu em tributo à paisagem verdejante e fresca do Minho.

- Há quem aponte que o nome surgiu devido à dificuldade de maturação das uvas, graças ao clima ameno e fresco da região. As uvas mostravam um carácter verde distinto das uvas brancas de outras regiões. 

- O nome também pode ter sido atribuído devido às características  dos vinhos brancos que apresentam tons esverdeados e são frescos e jovens. A acidez elevada destes vinhos potenciada pelo tipo de solo, também faz crer que o vinho é feito a partir de uvas verdes.


Atualmente a região tem evoluído na tecnologia e produzido castas de grande qualidade que atingem a maturação ideal. Apesar de haver algum preconceito, a verdade é que a região tem apresentado vinhos de grande complexidade aromática fugindo da perceção errada de serem vinhos leves e doces. As exportações deste produto têm crescido exponencialmente, sendo assim um vinho muitas vezes mais valorizado internacionalmente do que em Portugal.

Para quem aprecia vinhos mais complexos, sugiro a degustação de vinhos feitos a partir de Alvarinho!






domingo, 23 de outubro de 2016

Frango assado e vinho. Como combinar?

Um dos pratos universais mais apreciado pelas famílias é o frango assado. Um clássico para um almoço de domingo em família.  A questão que colocamos hoje é qual o melhor vinho para acompanhar esta iguaria?

As harmonizações de comidas com vinho são sempre um assunto controvérsio. A ideia geral defendida é que o vinho não deve sobrepor-se ao sabor da comida e vice-versa. A harmonização correta irá realçar o prato e o vinho será melhor degustado. 

O frango é considerada uma carne neutra porque apesar de ser sempre referida como branca, tem partes mais escuras com sabores mais fortes. Para além disso, o frango tem partes mais secas e outras mais gordurosas. Assim, o frango pode combinar com qualquer vinho!  

Vejamos algumas ideias. 

- Vinho Branco - Se o frango for temperado à base de vinho branco ou limão, deve-se optar por um branco frutado, fresco, com algum corpo e madeira. O vinho branco irá harmonizar com a pele caramelizada do assado. Se o frango for acompanhado com vegetais, o vinho verde mais complexo como o Alvarinho é uma opção excelente. 

- Vinho Tinto - Se o frango for acompanhado com ingredientes mais fortes como tomate, cogumelos ou batatas, já é preferível um tinto jovem. A casta Aragonez é uma boa opção. 

- Vinho Rosé - Uma combinação que não falha é frango assado com um rosé! Devido ao facto de ser um vinho de corpo médio, muitas vezes é a opção ideal. Devem ser escolhidos rosés mais secos a não ser que o prato contenha um molho doce. 

Sugestão: Principal rosé
PVP: 21€
Cotação no vivino: 4,3 
- Espumante - O vinho mais versátil que combina praticamente com tudo, o espumante é também uma boa opção para qualquer tipo de assado.







Fica assim ao critério de cada um. Caso não tenham ainda experimentado frango assado com rosé, sugiro que experimentem. É uma excelente combinação.




sábado, 22 de outubro de 2016

Porto Rosé está aí para ficar!

O primeiro Porto Rosé foi lançado pela Croft em 2008 e gerou uma revolução no mundo do Vinho Porto. Desde então, várias marcas conceituadas de vinho do porto têm produzido este vinho irreverente que tem abalado a tradição. Um vinho sobremaneira controverso, muitos discutem se merece ou não a denominação de vinho do Porto. Os mais puristas criticam arduamente o lançamento destes vinhos.  Hoje, em qualquer superfície de distribuição em Portugal, podemos encontrar várias marcas de Porto Rosé, um mercado que está num crescimento exponencial. 

Estamos perante um vinho bastante fresco, vibrante muito rico em notas de fruta como a framboesa, irreverente e único. Com um teor alcoólico elevado, deve ser servido entre 6º e 7ºC e num copo alto. Trata-se assim de um vinho jovem, polémico que traz uma lufada de ar fresco aos vinhos do Porto. Tem conquistado essencialmente o público jovem e feminino afastando-se do público clássico e tradicional do vinho do Porto. 
Croft Pink
PVP: 10€
Cotação no Vivino: 3,5

Dentro da classificação dos vinhos do porto, foi encaixado nos “Porto Ruby” apesar de ser sem dúvida um rosé. Será que no futuro terá uma classificação própria?

É uma ótima opção para aperitivo, refresco e até para acompanhar sobremesas. É um vinho do Porto ligeiro e acessível. Uma excelente opção para cocktails de verão!


O Croft Pink, o primeiro Porto Rosé, já ganhou alguns prémios e foi a âncora para a revolução do mercado do Vinho do Porto.


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Rías Baixas - Albariño ou Alvarinho?

Situada a Noroeste da Península Ibérica, mais concretamente na província de Pontevedra, as Rías Baixas apresentam anualmente vinhos brancos de elevada qualidade. Devido ao seu clima atlântico, com invernos chuvosos e verões amenos, a sua principal casta Albariño tem encontrado um lar para crescer. Apesar de haver outras castas na região, o albariño corresponde a 97% de toda a plantação! É portanto a região de Espanha que partilha a grande casta Alvarinho da região dos Vinhos verdes. Produzindo anualmente mais de 23 milhões de litros, estamos a falar do produto fundamental para a sustentabilidade económica da região.

Mas qual será o melhor? O Alvarinho português ou o Albariño das Rías Baixas? Existe de facto diferença? Tive a oportunidade de provar recentemente o espanhol, e pude finalmente comparar com o português.

O vinho apresentou uma cor palha com uns tons esverdeados muito brilhantes. Deduzi que estávamos perante um vinho fresco. No nariz, notas florais e vegetais e na boca persistente, um pouco ácido e fresco. Concluo assim que traduz claramente a geografia da região! Ao provar o vinho, imaginei de imediato os grandes pastos verdes da região e o seu clima húmido marítimo.


Sugestão: San ero
PVP: 5€
Assim, são vinhos diferentes do Alvarinho de Monção e Melgaço uma vez que estes são vinhos mais complexos, encorpados e com outras características aromáticas.

A casar perfeitamente com o vinho, a região tem apostado na sua gastronomia, essencialmente no marisco. Um casamento perfeito!

Pode igualmente degustar com a iguaria da região da Coruña: o polvo!

Fica a sugestão!


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Barca Velha 2008 está aí para causar o caos!

Foi finalmente anunciado o novo lançamento do Barca velha, um dos mais caros e raros vinhos portugueses. Sendo já um ícone da enologia portuguesa, desde 1952 apenas lançou 18 colheitas declaradas! No passado dia  18 foi anunciado lançamento do Barca Velha 2008 tendo sido um ano excecional para a quinta da leda. A sua qualidade é inquestionável, e dispensa qualquer apresentação, tendo atingido qualificações elevadíssimas nas mais conceituadas revistas de vinhos do mundo. 

 Produzido pela Sogrape, a empresa vinícola portuguesa que mais exporta, o Barca Velha apenas é lançado após 8 anos de estágio e quando existe a certeza que estamos perante uma lenda. Vamos então assistir à grande disputa das 18 000 garrafas que irão ser lançadas em Novembro deste ano. A última safra de 2004, atingiu valores de 300€/400€, veremos o caos que 2008 irá causar no mundo dos enófilos. Quem guardar, poderá lucrar no futuro, isto porque o Barca Velha pode ser guardado por um período até hoje indeterminado

A Sogrape já publicou as notas de prova desta lenda pelo que deixo aqui:

“Barca Velha 2008 tem uma cor rubi de grande profundidade. O seu aroma é intenso e de excelente complexidade, com saliência para os frutos vermelhos vivos, especiarias como a pimenta e o cravinho, apontamentos balsâmicos a cedro, resina e caixa de tabaco. São ainda de destacar as notas de espargos e alcachofras, sous-bois e os aromas de madeira de excelente qualidade e em perfeita harmonia. Na boca tem um excelente volume, acidez viva e bem integrada, taninos intensos e notas de frutos vermelhos, pimenta,...” Fonte: Sogrape


Vou ficar a aguardar o feedback de quem tiver a oportunidade de provar este prodígio!


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Vinho tinto à temperatura ambiente?

"Desta vez o vinho parece-me melhor?" Provavelmente degustou a temperaturas diferentes!



Um dos aspetos mais importantes no serviço do vinho é a temperatura. Por incrível que pareça, é um dos pormenores mais desvalorizados pelos consumidores habituais! A temperatura é fundamental para a harmonia entre acidez, amargura, taninos, álcool e açúcar. Um vinho degustado a várias temperaturas diferentes dará perceções e sensações completamente distintas.

Trata-se assim primordial, um consumidor de vinhos ter um termómetro de garrafa para gerir melhor a temperatura.

Hoje vamos falar sobre a temperatura dos vinhos tintos. Já ouviu a frase “vinho tinto é servido à temperatura ambiente”? Se ouviu, a afirmação está errada. Se estivermos num dia de calor, o vinho jamais poderá ser bebido a essa temperatura. Nenhum vinho pode ser bebido acima dos 20º!


Vejamos assim algumas ideias importantes:

- Quanto mais tânico o vinho, maior deverá ser a temperatura para não se tornar um vinho amargo e adstringente.

- Quando um vinho tinto é bebido a baixas temperaturas, irá ser realçada a acidez, a amargura e os taninos. Será um vinho duro graças à sensação exagerada criada pelos taninos. Para além disso, os aromas irão desaparecer.

 - Quando um vinho tinto é bebido a temperatura demasiada elevada, o álcool irá sobrepor-se às notas de fruta e o vinho irá parecer desequilibrado. Assim, será um vinho sem alma.

- Quanto mais aromático e complexo o vinho é, maior deverá ser a temperatura para apreciação dos aromas. As reservas em geral devem ser servidas a uma temperatura mais elevada que os tintos jovens, isto porque os aromas são realçados com o aumento de temperatura. 


 - A doçura aumenta com a temperatura pelo que caso um vinho seja tendencialmente doce, deverá ser servido a menor temperatura para se tornar mais equilibrado. Para acompanhamento gastronómico é um ponto importante. 



No caso de dúvida, mais vale arrefecer um pouco mais a garrafa uma vez que no copo o vinho tende a aquecer. Esteja atento também aos rótulos de vinhos pois por vezes indicam a temperatura recomendada. Quando receber amigos em casa, não se esqueça, a temperatura do vinho é crucial!



terça-feira, 18 de outubro de 2016

Espumante ou Champagne? A dúvida persiste.


Os espumantes são uma peça fundamental para qualquer festa ou celebração! No entanto, apesar do seu imenso sucesso, frequentemente ouço pessoas a confundirem espumante com champagne. Na verdade estamos a falar de conceitos diferentes mal- compreendidos pelo público em geral. Todos os champagnes são espumantes mas nem todos os espumantes são champagnes.
Espumantes são vinhos que sofrem duas fermentações. A primeira é a fermentação alcoólica, comum em todos os vinhos em que o açúcar da uva se transforma em álcool. A segunda fermentação trata-se da fase em que o vinho ganha efervescência tonando-se assim num espumante. Existem vários métodos para a esta segunda fermentação, mas em geral pode ser realizada em cubas de inox ou em garrafa. A graduação alcoólica usualmente situa-se entre 10,5º e 13º.
Champagne é um vinho espumante geralmente rosé ou branco, produzido na região de Champagne na França, feito através das uvas tintas Pinot Noir, Pinot Meunier ou da uva branca Chardonnay. A segunda fermentação é feita em garrafa sendo conhecido em Portugal como o método champanhês. Existem, assim, procedimentos rigorosos e uma região delimitada para a produção destes vinhos. Todos os espumantes produzidos fora desta região ou produzidos por métodos distintos não poderão ter esta classificação!
Sugestão:
Raposeira - Velha reserva.
PVP: 12,99€
Em Portugal, os espumantes são produzidos essencialmente na zona da Bairrada e Lamego. Na bairrada, por exemplo, muitas vinícolas produzem espumantes pelo método champanhês e com a casta Chardonnay. Mas há vários blends de sucesso na região. Futuramente iremos falar melhor desta região.

Vamos partilhar a informação para nunca mais ouvirmos frases como "o melhor champagnhe é o francês!" Qualquer Champagne é francês!



segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Vinho da água - experiência ou tendência?

Vinho estagiado em água?

foto: Nuno Veiga
Em outubro 2015, a adega da Ervideira, inspirada nos vinhos resgatados no mar de navios naufragados, decidiu submergir 30 mil garrafas no rio Alqueva no Alentejo para criar “Vinho de água”.

No conselho de Portel, foram então submersas garradas de topo de gama, o Conde D’Ervideira Reserva tinto 2014 já estagiadas em oito meses em barrica. O objetivo era que o vinho estagiasse em água por mais oito meses. Este vinho é um blend de Touriga nacional, Aragonez, Tinta Caiada, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon.

O grande segredo da Albufeira do Alqueva é a ausência total da luz debaixo de água a 30 metros de profundidade e o fato da temperatura manter-se a 17ºC quer no verão quer no inverno.

Conde D'ervideira vinho da água. PVP 20€
Cotação Vivino: 4
Algumas garrafas foram retiradas em Abril, outras em Setembro e outras estão reservadas para o Natal.

A verdade é que este fenómeno tem cativado a atenção de muitos, graças à raridade e à história carregada nestas garrafas. O produto já se encontra a ser comercializado em vários países do mundo.

O sucesso tem sido tanto, que a vinícola está a preparar mais uma submersão!
Será que esta experiência vai se tornar uma moda? Fico expectante com o que o mundo vinícola irá trazer.